20 de abr. de 2010

PJMP

HISTÓRIAS DA PJMP

 
A Pastoral da Juventude é herdeira de uma história que vem sendo construída em nosso país desde 1930 com a chamada Ação Católica. Por volta de 1920, o Papa Pio XI preocupado com a missão da Igreja diante dos desafios e das grandes mudanças na realidade mundial (processo de urbanização e industrialização), estimulou a chamada Ação Católica que era o espaço de participação dos leigos católicos no apostolado hierárquico da Igreja, para a difusão e a atuação dos princípios católicos na vida pessoal, familiar e social.
A Ação Católica no Brasil foi marcada por dois momentos distintos. O primeiro, com a chamada Ação Católica Geral (de 1932 a 1950), e o segundo momento, a Ação Católica Especializada (de 1950 a 1960). Com a Ação Católica Especializada e os seus grupos JAC (Juventude Agrária Católica), JUC (Juventude Universitária Católica), JEC (Juventude Estudantil Católica) e JOC (Juventude Operária Católica) percebemos o início de um novo modelo de evangelização para os jovens. A Pastoral de Juventude herdou muita coisa deste período, como o método Ver-Julgar-Agir; uma prática transformadora a partir da realidade; a descoberta da dimensão política da fé; o protagonismo dos jovens e a presença do Deus Libertador nas lutas do povo.
Mas o surgimento de uma Pastoral Juventude Orgânica e transformadora como conhecemos hoje foi sendo gestado na década de 70 por iniciativa da própria CNBB e iluminado por um novo modelo de Igreja Latino-americana que vinha sendo construído através das conclusões e encaminhamentos das Conferências dos Bispos da América Latina ocorridas em Medelin (1968) e Puebla (1979). Foram nascendo e se organizando as pastorais de juventude: PJ - Pastoral da Juventude, organiza-se a partir dos grupos nas comunidades; PJE - Pastoral da Juventude Estudantil, organiza-se a partir dos grupos nas escolas; PJMP - Pastoral da Juventude do Meio Popular,  organiza-se a partir dos grupos  do meio popular, tendo como referência a classe social; e PJR - Pastoral da Juventude Rural, organiza-se a partir dos grupos de jovens na zona rural.
Essas pastorais assumem a espiritualidade que une a fé e a vida, a eclesiologia de comunhão e participação, valoriza a história e a caminhada feita, assume uma metodologia que parte da realidade, que reflete, estuda, planeja ações, celebra a caminhada, avalia sempre sua prática, assume os diferentes ambientes onde vivem os jovens.
A PJMP foi criada por iniciativa do então arcebispo de Olinda e Recife, dom Hélder Câmara, em julho de 1978. Inicialmente era apenas o Movimento da Juventude do Meio Popular (MJMP), mas ganhou forças e tornou-se uma pastoral da Igreja.

CONTINUIDADE - Foi uma maneira encontrada para dar prosseguimento aos movimentos que existiam na década de 60, tais como Juventude Operária Católica (JOC), Juventude Universitária Católica (JUC), Juventude Estudantil Católica, que foram sufocados pela ditadura militar.

 NO CEARÁ existem quatro regionais da PJMP, sediadas em Iguatu, Fortaleza, Sobral e Tianguá, reunindo ao todo 500 grupos. ‘‘A pastoral está em crescimento’’, observa Valdineide da Silva. Mas há setores da própria Igreja que não vêem com bons olhos o trabalho da Pastoral. ‘‘Há padres que não aceitam a PJMP’’, observa. Os recursos da entidade são obtidos através de vendas de camisetas, adesivos, livros, doações de instituições e de empresas comerciais. EVANGELIZAÇÃO - A PJMP procura desenvolver sua ação evangelizadora levando em conta as contradições e desigualdades da realidade brasileira, priorizando o trabalho com os jovens empobrecidos. ‘‘Não excluímos os não empobrecidos, mas a atenção prioritária é pelos mais pobres, para que sejam agentes de transformação da realidade em que vivem’’.

     A ORGANIZAÇÃO da pastoral se dá com a participação da Comissão Nacional (CN), a qual representa jovens de onze regionais espalhadas no Brasil, que estão em atuação na PJMP; e da Comissão Nacional de Assessores (CNA), integrada por padres, freiras e leigos, que já passaram por um processo de formação e têm experiência na pastoral e são Militantes. E há a Pastoral da Juventude Brasileira, o conjunto de todas as pastorais. Os dois conselhos e a PJB se reúnem duas vezes por ano.

Em 1983, a CNBB criou o Setor de Juventude, com o objetivo de assumir mais concretamente as orientações da Igreja na América Latina. Assumiu a Pastoral Orgânica da Juventude,  tendo o jovem como protagonista de sua ação evangelizadora, visando  favorecer a articulação  dos jovens a partir dos ambientes onde vivem. Não é uma ação planejada para jovens e, sim, a partir deles (as)  “jovens evangelizando jovens” com acompanhamento de assessores.
No Ano Internacional da Juventude (1985), criou-se o Dia Nacional da Juventude (DNJ).  Desde então, o DNJ é celebrado todos os anos, reunindo milhares de jovens em todo o país.
Em 1989, a coordenação nacional da Pastoral da Juventude do Brasil, decidiu criar uma Secretaria Nacional, com um (a) jovem eleito em Assembléia. Organiza,  também,  o jornal  "Juventude" destinado aos grupos de jovens.
A grande força da Pastoral da Juventude se dá no Brasil em 1992, marcada pelo tema da Campanha da Fraternidade com o tema: Fraternidade e Juventude, e com o Lema: Juventude Caminho Aberto.
De lá para cá, graças à Deus, houve grandes avanços e continuamos caminhando com passos bem avançados.
 “A Pastoral da Juventude é utopia e realidade, desafio e tarefa. Já está aí, mas nunca está pronta e acabada. Sua especialidade é estar sempre em construção, dinâmica e criativa, como a própria Juventude”.
Só uma Juventude organizada, será uma juventude forte”. (PUEBLA, 1185/1188).